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Carnaval Psicodélico: saiba o que rolou no Psicodália 2015

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Matheus Martini

As Ninfas do Amanhecer

Nem a lama, nem a chuva constante estragou a energia da 18º edição do Psicodália, festival realizado durante o carnaval em Rio Negrinho, Santa Catarina. Com nomes importantes do cancioneiro hippie anunciados na programação – como Ian Anderson (do Jethro Tull), Arnaldo Baptista, Baby do Brasil, Ave Sangria, Próspero Albanese (da Joelho de Porco) e Jards Macalé – o público de mais de seis mil pessoas parecia preparado para a maratona sonora de seis dias.

E foi mesmo uma maratona! Com quatro palcos diferentes espalhados pela fazenda que abrigou a festa, mais de 300 artistas se apresentaram praticamente sem intervalos. Assim provou o Palco dos Guerreiros, onde até a Banda mais bonita da cidade fez uma apresentação surpresa, de meias e galochas. Lá, quem quisesse mandar um som mandava, era só se inscrever.

Mas não foi só de música que os dias longe da folia seguiram. Teve teatro, oficinas de graffiti, desobediência civil, terapias naturais e até siririca, apresentações inesperadas ao ar livre e também tirolesa. Pelo segundo ano, a Trip acompanhou com o pé na lama todos esses dias psicodélicos, e pudemos conhecer pessoas de norte a sul do País que estavam lá com o mesmo objetivo: deixar o celular (e às vezes o banho) de lado, e se permitir trocar experiências com tudo que aparecesse. Seja na fila do banheiro coletivo ou dos bares espalhados pela área. 

Matheus Martini

Baby do Brasil e Pedro na guitarra

Psicodelia abençoada

Baby do Brasil fez uma apresentação espetacular ao lado de seu filho Pedro Baby, que dirigiu o show. Foi difícil de segurar o sorriso de canto a canto e aquelas lágrimas que saíam sem aviso prévio dos olhos. "Gosto de ver a visão do Pedro sobre mim, é o maior barato. Ele me dirigir nunca foi muito normal, mas eu sabia que ele não iria interferir e nem ferir. Como é filho, ele conhece todos os lances. Vejo nele um parceiro muito grande, somos muito alinhados", disse Baby depois do show, tomando uma água de coco e com as unhas pintadas de roxo. No repertório estavam as clássicas Menino do RioCósmicaSem pecado e sem juízoA menina dança e também Mistério do Planeta, cantada por Pedro, que foi acompanhado a pleno pulmões pela plateia.

"Tenho me surpreendido com a juventude de hoje tentando resgatar a música. Essa galera nova é uma benção." - Baby do Brasil

Sobre o festival, ela contou animada que era impossível não se lembrar dos movimentos musicais dos anos 70. "É uma mentalidade de alegria. A chuva aqui é linda, o trovão maravilhoso. Esse tipo de comportamento é o que transforma tudo que é negativo em positivo. Em 1970 teve um momento em que pareceu que isso se perderia um pouco porque os meios de comunicação ficaram muito a fim de ganhar grana, sem se preocupar com a cultura. Tenho me surpreendido com a juventude de hoje tentando resgatar a música. Essa galera nova é uma benção."

Matheus Martini

Jards Macalé

Em transe

Outro show marcante foi o de Jards Macalé, que aconteceu depois da apresentação flutuante de Júpiter Maçã, que fez todo mundo cantar bem alto a canção que mais parecia o hino do festival – Um lugar do Caralho. Naquela terceira noite de festival, as pessoas estavam animadas com o céu estrelado e tomadas pela psicodelia surpreendente do repertório do cantor, que tem composições conhecidas nas vozes de outros artistas como Gal Costa. Nas últimas músicas, a iluminação do palco parecia querer levar a galera ao delírio. E levou. Foi difícil abrir os olhos quando as palmas começaram. Até marchinha de Alalaô rolou. 

"É uma geração pós-ditadura, mas eu vejo paz e amor aqui. A palavra de ordem mais pesada, que até hoje não conseguimos, é essa 'paz e amor." - Jards Macalé

Jards não reagiu diferente àquela noite. "Eu acho ótima essa mistura de gerações no carnaval, significa que o mundo gira. Isso junta todas as manifestações musicais e aparecem muitas coisas novas. A gente fez recentemente um show com o Metá Metá, que tocou aqui depois de mim. Eu gosto muito disso, é uma troca. Eles acham que eu ensino e eu acho que eu aprendo [risos]." E completou: "Psicodália é voltar aos anos 60 e 70 com outra perspectiva. É uma geração pós-ditadura, mas eu vejo paz e amor aqui. A palavra de ordem mais pesada, que até hoje não conseguimos, é essa 'paz e amor'. Tocar no meio de uma fazenda é maravilhoso. A utopia não morre."

Não é a primeira vez que Metá Metá toca no festival e o público esperou ansioso por esse momento. Outros shows de bandas da nova geração fizeram as pessoas vibrar, como o dos paulistanos da Bombay Groovy, O Terno – que fez uma apresentação pra lá de psicodélica – e O Bardo e O Banjo que, por conta da chuva, se apresentou dentro do salão do refeitório e fez com que todos se sentissem em um filme de bangue-bangue. Era por volta das três da manhã quando todos dançavam e batiam palmas de um jeito tão contagiante que até quem estava trabalhando nos refeitórios pulava.

Também não faltou (nem um pouco!) empolgação para as apresentações de Próspero com repertório da Joelho de Porco e para o britânico super aguardado Ian Anderson, líder da banda clássica de rock Jethro Tull que, com sua flauta, encheu o palco de magia. A essa altura do campeonato, o êxtase tomava conta de todo o ambiente. Tudo não passava de uma utopia? Teve quem dissesse que viu fadas e gnomos até o momento em que a Bandinha Di Dá Dó, que nasceu em Porto Alegre, chegou no palco com seus palhaços. Ninguém ficou parado. Os gritos ecoaram por todo o camping e não dava vontade de parar nunca de pular.

Matheus Martini

Arnaldo Baptista

Arnaldo Baptista

Onde é que está meu rock'n'roll?

Para o penúltimo dia, quando chegava a hora de muitas pessoas ali desarmarem a barraca e voltarem para um mundo mais real, estava programado talvez o show mais aguardado, ao lado de Ian: Arnaldo Baptista. O ex-mutante e eterno ícone do rock psicodélico apresentou "Sarau o Bendito?" só no piano, com flores espalhadas por todo o palco e projeções de seus desenhos ao fundo. Embaixo do Palco do Sol, as pessoas se escondiam da chuva. Muitas delas carregando Lps para serem autografados, camisetas e uma emoção estampada no rosto. As distorções causadas nos desenhos no cenário confundiam a cabeça de muitos. "Só eu estou vendo isso?", ouvi.

Ver Arnaldo se apresentando ali, no meio de uma fazenda com um pasto gigante do lado, cantando clássicos como Será que eu vou virar bolor?Balada do louco e também Blowing in the wind, de Bob Dylan, pareceria inimaginável em pleno carnaval. A essa altura, a lama era tanta que andar descalço parecia mais inteligente. A simplicidade e humildade do cantor em cima do palco contagiava até quem estava ali a trabalho. "Faz muito tempo que me convidam para vir aqui, mas não havia a estrutura que existe hoje em dia de palco e instrumentos."

"O lado psicodélico vai contra o que? Nada. Deixa levar." - Arnaldo Baptista 

Arnaldo ainda disse à Trip: "Tudo que deixa a gente ligado, temos que levar adiante. O lado psicodélico vai contra o que? Nada. Deixa levar. A psicodelia nunca morre." E foi exatamente assim que as pessoas começaram a se despedir de mais uma edição do Psicodália: se deixando levar e deixando a chuva levar embora o que não serve mais.

Até o próximo e que o sol esteja lá também!


Workaholic e ansioso convicto, Fábio Porchat conta como controla sua rotina e mantém sua sanidade

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A primeira coisa que você precisa saber sobre mim: eu sou viciado em trabalho. Não existe possibilidade de eu estar fazendo nada. Eu sempre dou um jeito de transformar o nada em alguma coisa útil. Pelo menos pra mim. Diversão é trabalho e vice-versa. Assistir a um filme ou a uma peça pra mim é trabalho. Ler um livro é trabalho. Ou seja, os meus prazeres estão ligados sempre ao meu trabalho. Tudo é sempre uma possível inspiração ou um bom ponto de partida para alguma ideia.

Gabriel Rinaldi

Eu tenho ideias. Fico tendo ideias o dia inteiro. Boas, ruins, péssimas, mas sempre ideias. Anoto as ideias para não perdê-las. Perder uma boa ideia é como perder o bilhete premiado da loteria. A segunda coisa que você precisa saber sobre mim: eu não tenho rotina. Cada dia é um dia diferente do outro, com afazeres e obrigações diferentes. Minha terça é diferente da minha outra terça. Minha cabeça funciona como uma grande agenda de compromissos que não para de se programar. Tudo entra na agenda, Porta dos Fundos, Meu passado me condena, a coluna de domingo que escrevo para o Estadão, minha mãe, o almoço com a minha avó, o jantar pós-peça com os amigos de São Paulo, tudo está aqui, na minha agenda mental.

Eu tenho energia para acordar às 8 da manhã e ir dormir às 3 e meia e acordar tranquilamente às 8 de novo

A terceira coisa que você precisa saber sobre mim: eu abro mão da minha vida pessoal pelo trabalho. Tento conciliar o máximo que posso, mas o trabalho sempre fala mais alto. A quarta coisa que você precisa saber sobre mim: eu faço várias coisas ao mesmo tempo. Meu cérebro funciona caoticamente de forma organizada. Eu estou escrevendo uma série no set de filmagem, paro, gravo um vídeo e volto a escrever a série. Qualquer lugar é lugar. Escrevo no táxi, na cama, na sala de espera do médico, enquanto eu dirijo (mesmo), no avião... Tendo em mãos o meu computador, tudo é possível. Otimizo meu tempo para conseguir encaixar tudo. E dá. Sempre dá. Se você quer mesmo, dá. Eu tenho energia para acordar às 8 da manhã e ir dormir às 3 e meia e acordar tranquilamente às 8 de novo. Sem Red Bull, sem cocaína, sem café, só na base do oxigênio mesmo. Quer me xingar, fala que eu tô com cara de cansado, eu fico destruído com o comentário.
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Sexta-feira: acordo 9 horas para fazer prova de figurino para o filme Vai que dá certo 2, vou em seguida para o Porta dos Fundos para a reunião de texto. Aprovamos seis roteiros meus. Um bom dia! Avião para São Paulo. No avião bato o texto da peça com a Miá Mello, minha parceira de vida que encontro sem querer. Chego e vou direto para o hotel. Tenho 40 minutos antes de ir para o teatro. Escrevo um roteiro do Porta dos Fundos para vendermos para uma empresa de produtos de beleza. Mando o texto para a produção. Vou para o teatro. Hoje é a reestreia das peças. Estou em cartaz de sexta a domingo no Frei Caneca com duas peças, uma em seguida da outra. Meu passado me condena e meu show solo de stand-up, Fora do normal. Ao final de cada sessão, tem foto com o público. Em média umas cem pessoas por sessão ficam para as fotos. Entre uma peça e outra minha empresária aparece para eu assinar uns documentos, contratos e para falarmos sobre a minha empresa e sobre como será 2015. Meia-noite e 40 eu saio do teatro. Vou jantar com meu pai e chego no quarto às 2 da manhã. Tomo banho ou deixo para tomar pela manhã depois de fazer exercício? São Paulo está sem água, resolvo economizar

Me angustia não conseguir fazer tudo que eu quero. Porque tem muita coisa para ser lida, para ser vista, para ser feita

Estou com preguiça também. Deito na cama, olho para o computador. Começo a escrever o texto da Trip que precisa ser entregue em cinco dias. Paro o texto no meio e vou dar uma lida no roteiro do Vai que dá certo 2 que estou escrevendo e preciso entregar o novo tratamento do roteiro até segunda de manhã. Durmo. Durmo fácil. Sem remédio, nunca precisei. Deito, fecho os olhos e durmo. Só não consigo dormir pensando em trabalho. Aí a cabeça ferve. É o único momento do dia que não penso em trabalho, me proíbo, para conseguir dormir. Eu adoro dormir. Se pudesse, eu só dormia e comia. As melhores coisas da vida. E transava. E viajava. E tomaria um vinho com os amigos. E trabalhava. Pensando bem, eu faço exatamente o que eu quero. Terminaram as minhas 24 horas de hoje. Pode-se dizer que eu seja ansioso. Tá, é óbvio que eu sou ansioso. Tento me controlar diariamente para não me atropelar.

Gabriel Rinaldi



Coisas com as quais não consigo lidar bem: fila, trânsito, gente lerda, pessoas que pra tudo dizem não. Acordo no dia seguinte para o pilates e o exercício lá no espaço do Atala. O Márcio Atala conseguiu que eu pegasse o meu dia, abrisse uma fenda no espaço-tempo e incluísse nele exercício físico. Ele apenas reiterou a minha teoria. Dá. Tudo dá. Se você quiser mesmo, dá. Eu quis e agora eu me exercito. Três vezes por semana. Podia ser quatro. Mas tá bom. Saio de lá, vou cortar o cabelo para o Vai que dá certo 2. Hotel e caio dentro do roteiro do filme. Hoje tem duas peças de novo. E, depois da última sessão, tenho reunião com um ator que eu chamei para fazer meu próximo filme. Me angustia não conseguir fazer tudo que eu quero. Porque tem muita coisa para ser lida, para ser vista, para ser feita. Não assisti Relatos selvagens e ainda estou na terceira temporada de Homeland. Mas comecei The Black List. Queria terminar Girls e não assisti Breaking Bad nem The Walking Dead. Mas fechei a segunda de House of Cards. Estou terminando um García Márquez e já de olho num Murakami em cima da minha cabeceira. Embora eu tenha lido que vai ser lançado uma biografia do Brasil e eu sou péssimo em história do Brasil, então, já fiquei na fissura. De qualquer forma, meu pai me deu O pintassilgo e falou que vale a leitura. Vou perguntar pra minha tia Lúcia, que é minha conselheira de literatura.

Como ter o cérebro funcionando a todo vapor e não ser ansioso? Eu quero que as coisas se resolvam na mesma velocidade com a qual eu vivo

Neste ano, provavelmente, não vou viajar tanto e isso me deixa injuriado. É a coisa que mais gosto de fazer na vida. Depois de trabalhar, claro. Estou reservando meu mês de dezembro para uma viagem ao leste asiático. Trinta a 40 dias. Vai dar! Mas ainda falta Machu Picchu, Alasca, Polinésia, Namíbia, China, Índia... É estranho ter sua vida já pautada até o fim de 2016, mas ao mesmo tempo dá uma sensação de que a bola ainda não começou a cair. Sempre cai. Para qualquer um em qualquer profissão. O importante é estar preparado para a queda, ou a estabilização, como diz minha otimista empresária. Eu tenho uma empresa que cuida de tudo que eu faço, organiza as coisas burocráticas e resolve problemas. Problemas que eu mesmo muitas vezes crio, óbvio. Isso é ótimo. Poder contar com pessoas que façam as coisas é fundamental. É difícil achar pessoas que queiram trabalhar. Trabalhar, trabalhar mesmo. Não é escrever meia dúzia de palavras num papel e dizer que é um texto. Tô falando de dedicação, empenho e comprometimento. As pessoas não gostam de trabalhar, elas querem só os louros, o sucesso... É que trabalhar dá trabalho.
*
Tudo isso que estou falando aqui passa pela minha cabeça numa fração de minuto. Como ter o cérebro funcionando a todo vapor e não ser ansioso? Eu quero que as coisas se resolvam na mesma velocidade com a qual eu vivo. Eu sei que tudo tem seu tempo, mas é que as vezes é um tempo tãããããão longo. O meu iPhone é praticamente meu inimigo. Ele não deixa eu me concentrar. E-mail, WhatsApp, Instagram, Twitter, Facebook... A cada 5 segundos acontece alguma coisa. Tirei todos os apitos e avisos. Ah, sim, e de vez em quando alguém liga. Por isso que o avião virou meu melhor amigo. Lá não pega celular, não tem ninguém pra me distrair (a não ser o piloto ou a propaganda que fica passando na televisãozinha na sua frente) e eu consigo fazer as minhas coisas tranquilamente, com foco. Minha coluna do Estadão é escrita semanalmente no avião. Jornal, livro, tudo é lido na decolagem e no pouso, quando tenho que desligar os eletrônicos. Meu dia é todo programado, eu sei exatamente o que vai acontecer. E meu carro é uma espécie de bolsa de canguru, para o caso de algum imprevisto. Nele você encontra de tudo. Tem livro, se por acaso estiver tudo parado na Jardim Botânico, tem audiobook em inglês, para treinar meu inglês. Tem uma mochila com roupa para correr, caso me sobre uma hora e eu esteja perto da praia ou da Lagoa. Minha mochila com meu computador, ou seja, eu posso estar em qualquer lugar do Brasil, que eu tenho coisa pra fazer.
*
Agora, se alguma coisa sai da minha rota e atrapalha meu plano diário, é nessa situação que você vai me ver de mau humor. Mas eu tento estar preparado para qualquer tempo ocioso. Abriu uma brecha nos afazeres, imediatamente eu me pego pensando como eu posso preenchê-la. O ano só tá começando, eu estou escrevendo isso dia 9 de janeiro, faltam só 355 dias para acabar este 2015. Estou tranquilo, vai dar tudo certo. É só trabalhar, fazer, agir, tomar a iniciativa que não tem erro. E, se não der certo por aqui, vai por ali. Não deu por ali, vai por lá. O que não pode é parar para se lamentar. Eu nem tenho esse tempo. Aliás, na boa, quem tem?

Gabriel Rinaldi

Supla, Lais Souza, Cássia Eller e Facundo Guerra no Trip TV #32

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Filho de dois importantes políticos brasileiros, Eduardo Suplicy e Martha Suplicy, o cantor Supla, o eterno papito, faz um surpreendente desabafo político esta semana no Trip TV e fala sobre música e John Lennon: “Eu sempre gostei do John Lennon por ele se posicionar politicamente, mas sei que dentro da sua vida [pessoal] ele fazia coisas absurdas”.

Lais Souza é um dos grandes nomes da ginástica olímpica brasileira. Foram três Olimpíadas disputadas na modalidade. Aposentada da ginástica, Lais se preparava para representar o país pela quarta vez, dessa vez na edição de inverno dos Jogos, na modalidade de esqui aéreo, quando um grave acidente mudou seus planos e sua vida. Em conversa exclusiva com o Trip TV, Lais dá detalhes do acidente, fala sobre a lesão que a deixou paralisada do pescoço para baixo e revela de onde vem a força para lidar com esse difícil momento da sua vida. 


Maria Eugênia Martins, ex-companheira de Cássia Eller, e Paulo Henrique Fontenelle, diretor do recém-lançado filme Cássia, revelam a pessoa por trás da artista: "O público só conhecia o estereótipo da cantora sapatona que cospe no palco e mostra o peito".

O documentário Sem pena mostra a falência dos sistemas carcerário e judicial brasileiros. Para compreender melhor a profundidade e as origens desse problema, o Trip TV conversa com Eugênio Puppo, o diretor do filme: “Sim, somos um país que prende pobres e pretos e não prende ricos e brancos”.

Ainda neste programa: uma conversa com Facundo Guerra, o empresário mais ousado, inovador e bem-sucedido da noite paulistana.

A invenção da bunda

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Divulgação

Imagem do documentário

Imagem do documentário 'La Face Cachée des Fesses' (O lado oculto da bunda)


A bunda não existe desde sempre. É o que defende o escritor, pesquisador e professor de linguística Jean-Luc Henning, em seu Brève Histoire des Fesses (Breve história das nádegas). Inédito no Brasil, o livro defende que só quando nossos ancestrais desceram das árvores nas savanas da África e ficaram eretos é que a protuberância traseira se desenvolveu. Somos os únicos primatas possuidores de bunda, e não foi fácil: foram milhões de anos de evolução para que as nádegas se desenvolvessem. 
 
Quem conta a história é o cronista Humberto Werneck, num texto de seu livro Sonhos rebobinados, de 2014. "Mesmo sem saber quanto de sua sapiência se deve à teoria, haurida no ambiente monacal das bibliotecas, e quanto à prática, consolidada em talvez deleitosos trabalhos de campo, o Jean-Luc pode ser apresentado como o mais saliente bundólogo de que se tem notícia", anota Werneck, que diz que tanto quanto o cérebro é a bunda que nos distingue na massa das 193 espécies de primatas existentes sobre a Terra. "Com o devido respeito ao imortal arquiteto e aos Poderes da República, o invento mereceria a homenagem de um Niemeyer que plantasse, no Planalto ou alhures, não Câmara e Senado, mas dois Senados justapostos", comenta.
 
Outra investida francesa é o livro e documentário La Face Cachée des Fesses (O lado oculto da bunda), parceria de Caroline Pochon e Allan Rothschild. O projeto também parte do passado, quando começamos nossa caminhada em direção ao surgimento da bunda, e passa por temas como a arte francesa (derrières pintados por Courbet, Matisse, Degas) e a publicidade. Também o surgimento do feminismo no fim do século 19: uma das práticas mais sexistas de então era o uso de fauxculs pelas mulheres, um aparato usado por baixo das roupas para aumentar a bunda.
 
Política e bunda sempre foram indissociáveis na França. É só lembrar que uma das fotos mais famosas da história da bunda é de uma filósofa e escritora feminista, Simone de Beauvoir. E seu marido, o filósofo Jean-Paul Sartre, enquanto erigia as bases do existencialismo, encontrou tempo para anotar o célebre aforismo: "A pátria, a honra, a liberdade, nada existe: o universo gira em torno de um par de nádegas".

Março na Trip: Leandra Leal, Martha Nowill, tudo sobre nossa obsessão com bundas e outros destaques da edição #241

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O assunto mais comentado do mês que passou foi, sem dúvida, a bunda de Paolla Oliveira na minissérie Felizes para sempre?. O episódio inspirou nossa redação, e preparamos um estudo completo sobre essa obsessão do nosso país.

A Trip que chega esta semana às bancas traz texto inédito de Roberto DaMatta sobre o que a fixação pela bunda pode revelar sobre nossa passividade política.

O escritor Ronaldo Bressane ensaia uma Breve História da Bunda Nacional, fazendo uma linha do tempo dos principais traseiros do Brasil (e suas mudanças através dos tempos), das Certinhas do Lalau nos anos 50 até as bundas bombadas de Panicats, Andressas Urachs e afins.

O editor Renan Dissenha Fagundes conta como a bunda, tema-chave da cultura brasileira, ganhou o mundo nos últimos anos em clipes de Beyoncé, a famosa capa da Paper com Kim Kardashian e outras manifestações.

Além disso, a atriz Martha Nowill, namorada da personagem de Paolla Oliveira na minissérie global, conta como é não ter bunda no país do carnaval. E o cineasta Hilton Lacerda, diretor de Tatuagem, filme que traz a famosa cena da "Polka do cu", faz uma reflexão sobre os aspectos "míticos e sagrados" do tal orifício.

Nas Páginas Negras, Leandra Leal diz o que pensa sobre casamento, morte, corpo, plástica, redes sociais, fama e os rumos do país.

E mais: Hilda Hilst, Trip Girl maravilhosa Bianka Fernandes, uma guia de barcos de surf conta o que aprendeu nas Maldivas, as bundas nas HQs de Robert Crumb e mais.

Fique ligado que março só está começando.

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Capa Trip #241

Diretor de ''Sem pena'' fala sobre a falência do sistema carcerário brasileiro

Facundo Guerra fala sobre ciclos, deslumbre, sucesso e baladas

Ex mulher de Cássia Eller e diretor falam sobre o documentário ''Cássia''


Trip TV #33 com Laerte, Dan Stulbach, Karol Conká e Lurdez da Luz

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Dan Stulbach falou pra gente sobre arte, jornalismo, teatro e o desafio de substituir Marcelo Tas no humorístico da Band: "Eu nunca recebi tanta mensagem na minha vida como no dia que saiu a foto da minha assinatura com o CQC".

Reunimos Laerte e seu filho, o Rafa Coutinho, que tem se consolidado como um importante nome do quadrinho contemporâneo, para falar sobre criatividade, desenho, humor e, claro, sobre o massacre ao jornal francês Charlie Hebdo: "O humorista tem um papel social muito importante".

E mais: duas das grandes referências do rap nacional, Lurdez da Luz e Karol Conká falam sobre música e preconceito. Trip Girl? Tem o ensaio sensual da psicóloga Nadia Herbele.

Brasil, país bunda?

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Reprodução/TV Globo

Paolla Oliveira na pele da prostituta de luxo Danny Bond

O enquadramento que parou o país: Paolla Oliveira na pele da prostituta de luxo Danny Bond


A essa altura, em tempos acelerados de internet, já é história velha, mas sem dúvida estará em toda e qualquer retrospectiva do ano: era começo de fevereiro e, numa cena de poucos segundos, a atriz Paolla Oliveira caminhou, de costas para a câmera, a bunda numa microcalcinha, e fez-se a luz. Foram ofuscados o resto da trama da minissérie Felizes para sempre?, o roteiro, a direção de Fernando Meirelles — e de quebra a falta de água em São Paulo, a crise na Petrobras, os problemas no Oriente Médio: tudo foi esquecido diante daquela bunda.

Exageros à parte, bunda, todos sabem, é preferência nacional. Não sem polêmica e resistência. O próprio Meirelles afirmou, depois do fato consumado, que se soubesse o tamanho do barulho talvez não tivesse feito a cena. "O que me incomodou foi a Paolla ser comparada a essas mulheres Melão, Mulher Melancia. Ela é uma superatriz", disse. Na internet, a bunda de Paolla foi replicada em gifs, posts e alimentou voyeurismo, discussões feministas, piadas, orações. 

"Nos significados atribuídos à bunda na sociedade brasileira condensam-se algumas das ideias centrais presentes nas interpretações do país", reflete Arthur Bueno, doutor em sociologia pela USP. "De um lado, a sensualidade, o requebrado, a malemolência, encarados como consequências positivas da formação miscigenada do povo brasileiro. De outro, nossa suposta passividade política, associada à ideia de passividade sexual."

Foi com ênfase nessa ideia que, em 1986, membros do futuro Casseta & Planeta fizeram uma camiseta com a bandeira do Brasil em que no lugar do indefectível "Ordem e Progresso" lia-se: "Ê, povinho bunda".
 
"No Brasil, sempre existiu essa insatisfação em relação a nossas expectativas. Especialmente em épocas de frustração, que foi o caso do momento em que criamos a camiseta", conta Claudio Manoel, um dos integrantes do grupo. A crítica tinha relação com o conformismo, com a complacência com pequenos delitos. "Aquela coisa: sigo as leis de trânsito, mas sonego impostos", diz Manoel. "Eu posso fazer o que eu quiser porque não tem ninguém olhando." Segundo o humorista, a expressão "povinho bunda" foi inventada por eles, "mas não veio do nada". "Temos uma coisa de patrimonialismo. A gente sempre esperou o Estado brasileiro resolver tudo. Não preciso nem varrer minha calçada, afinal já pago o imposto", diz.

Para o sociólogo Bueno, numa expressão como "ê, povinho bunda", o que está em jogo é essa passividade. "Uma palavra frequentemente associada à bunda, e que demonstra bem sua ambiguidade no imaginário sobre o país, é 'malemolência', que serve tanto pra descrever um ritmo gingado e sensual quanto pra referir-se à indolência, à frouxidão ética, à falta de disciplina e de engajamento político que caracterizariam a cultura brasileira", comenta. "A bunda serve, assim, na visão que os brasileiros têm de si mesmos, tanto como indicador da nossa singularidade em relação a outros povos quanto da nossa corrupção moral."

Bunda Grande & Senzala
Nossa ligação com o traseiro é profunda. Gilberto Freyre, o grande sociólogo brasileiro, autor de Casa-grande & senzala, não deixou a parte anatômica escapar de suas observações sobre a formação do nosso povo: afinal, é nas raízes do Brasil que surgem também a preferência dos homens pela bunda e as condições antropológicas e genéticas para a invenção da bunda brasileira. Freyre cita o tema em vários livros (no poema "Casa-grande & senzala", em homenagem ao pernambucano, Manuel Bandeira escreve: "Se nos brasis abunda, / Jenipapo na bunda"), mas foi só em 1984 que escreveu um ensaio específico, para a revista Playboy, na edição de dezembro daquele ano, com Luiza Brunet na capa.
 

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Na década de 80, Gilberto Freyre achava Sônia Braga (acima) exemplo perfeito da mulher miscigenada brasileira

Na década de 80, Gilberto Freyre achava Sônia Braga exemplo perfeito da mulher miscigenada brasileira


Sob o título "Bunda – Paixão Nacional", Freyre conta como os portugueses eram fascinados pelas "afronegras notáveis por suas bundas". E enquanto "não há evidência de mulheres indígenas terem se feito notar por nádegas notavelmente protuberantes", além das negras, as mulheres ibéricas, com genes árabes, também já tinham vantagem posterior sobre outras europeias. Da mistura nasce o bumbum brasileiro. Mas não é só o tamanho que importa, é também o movimento. "A miscigenação pode-se sugerir ter dado ritmos de andar e, portanto, de flexões de nádegas, suscetíveis de ser considerados afrodisíacos", afirma o sociólogo. "Os ritmos de andar da miscigenada brasileira chegam a ser musicais, na sua dependência de bundas moderadamente ondulantes." 

"Se, como recorda de música de Chico Buarque, o típico brasileiro carnavalesco espera 'o Carnaval chegar' para 'pegar em pernas de moças', como não destacar-se seu ensejo maior de apalpar bundas de mulher?", escreve Freyre. A bunda inspirou poetas, músicos, pintores, políticos. Vinicius de Moraes, em sua "Receita de mulher", afirma que é preciso "que exista um grande latifúndio dorsal", e foi o mesmo Vinicius que uniu forma e movimento nos versos mais famosos da música brasileira, inspirados, claro, por uma bunda que anda: coisa mais linda, mais cheia de graça, num doce balanço a caminho do mar.

Pastel de feira
Mas como anda hoje a bunda no Brasil? Com menos balanço, diriam alguns. O ideário estético da nação não passou incólume por pressões como as da globalização da moda e do avanço das técnicascosméticas.  

Há duas mudanças mais evidentes. A primeira já era temida pelo próprio Gilberto Freyre. Em seu último livro, Modos de homem & modas de mulher, de 1987, o sociólogo opõe a beleza morena de Sônia Braga, de ancas largas e peitos pequenos, que ele defende, ao visual "norte-europeizante" de Vera Fischer, alta, loira, que se disseminado pelo Brasil significaria uma perda da identidade que nos caracteriza. E esta linhagem ganhou corpo. 

Em uma "carta aberta" a Freyre, escrita em 2009, o jornalista e especialista em bundas Xico Sá lamentava: "Amigo, se já temias o avanço da modinha europeizante no madrugador 1986, não te darei uma boa-nova, muito pelo contrário: a fêmea brasileira se tornou a maior consumidora de tinta loira do planeta", escreveu Sá. "Sim, ainda vemos grandes bundas, ótimos latifúndios dorsais, mas na maioria dos casos contra a vontade das suas angustiadas proprietárias. Elas perseguem um outro corpo, um outro ideal de belezura, sonham com Giseles e outros fetiches ao melhor estilo varapau, bunda seca, bundinhas que não rendem um pastel de feira."

A outra mudança é mais recente: bundas malhadas, fortes, duras, às vezes com implante de silicone, visual comum entre as assistentes de palco de programas como Pânico na Band. São "bundas transgênicas", nas palavras do escritor Renzo Mora, que discorre sobre a história da bunda no episódio "A bunda" do programa Cultura pop brasileira, da Warner. "São bundas cheias de hormônio, essas moças levantam 500 quilos com as pernas", diz. "Eu tendo a concordar com o Leo Jaime, ele diz o seguinte: quem liga muito para celulite acaba gostando de bunda de homem." Para Mora, o Brasil teve sua época de ouro da bunda na época da pornochanchada. "A bunda da Matilde Mastrangi fez mais pelo cinema nacional do que a Ancine, a Lei Rouanet, a Petrobras", ri. 

Traseiro exportação
Questões de gênero também permeiam a questão da bunda nos anos recentes. No caso de Paolla Oliveira, por exemplo: enquanto muitos se comoviam com as formas da atriz, outros tantos se indignavam com a redução da mulher a um par de nádegas. "Eu acho que quando você reduz tudo à bunda, como ficou essa história da minissérie, você reduz demais: não se falou da interpretação, não se falou do papel, se falou apenas da bunda", diz a antropóloga Mirian Goldenberg. "Às vezes falam da bunda como se fosse um entidade à parte, é ela que atrai, que provoca tesão, e o tesão é muito mais do que isso. É impossível ficar atraído por uma mulher que é só uma bunda."
 
Caso famoso nessa tendência de personificação da bunda é o concurso Miss Bumbum, alvo de críticas por glorificar a objetificação da mulher. Daisy Donovan, apresentadora do programa inglês The Greatest Show on Earth, que viaja o mundo para estudar a cultura local a partir da TV, chamou o reality show de "festival da carne que resume como as mulheres são tratadas (e objetificadas) no Brasil". "Eu acho que é uma crítica válida, e eu tenho que aceitar a crítica", diz o criador do Miss Bumbum, Cacau Oliver. "Mas assim: eu não criei essa cultura, ela já existia. Só inventei um modo diferente de falar disso."
 

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À esquerda, a cantora americana Beyoncé mostra os atributos na arte do álbum de 2013; à direita, a capa da

À esquerda, Beyoncé em imagem de seu álbum de 2013; à direita, a 'Paper' com Kim Kardashian


Essa cultura segue, em parte, porque o corpo tem força simbólica, como afirma Mirian Goldenberg. "O corpo, para a mulher brasileira, é um capital, ela consegue muita coisa no mercado de trabalho, no mercado sexual, no mercado de casamentos, em função do corpo", afirma a antropóloga. Dentro dessa visão, claro, a bunda tem papel fundador: nas pesquisas de Mirian, ela continua aparecendo em "primeiríssimo lugar" entre as preferências sexuais dos homens brasileiros. "No entanto, eu percebo que as mulheres vivem isso como uma prisão, não um poder: tanto que quando envelhecem elas dizem 'agora eu vou ser livre, vou viver meu corpo de uma forma mais livre, vou ser feliz, vou ser eu mesma'." Ela completa: "Eu diria que a maioria das brasileiras não estão assim tão preocupadas com a bunda nem querendo se preocupar com isso".

Quem teve que se preocupar com a bunda brasileira no ano passado foi o governo federal. A marca de esporte Adidas lançou uma linha de camisetas inspirada na Copa do Mundo que causou uma espécie de saia justa: I love Brazil, dizia a estampa, com o love no formato de, em vez de um coração, uma bunda feminina. Órgão do Ministério do Turismo, a Embratur — que nas décadas de 70 e 80 divulgava o potencial turístico do Brasil no exterior com mulheres de biquíni, junto com o Carnaval e o futebol — condenou as camisetas por fazer apologia ao turismo sexual. Com a polêmica, a marca acabou retirando das lojas a linha de camisetas, que seria vendida apenas no exterior.

Bottoms up
A bunda continua sendo tema no feminismo, principalmente nos Estados Unidos, agora que parece ocorrer uma espécie de descoberta da bunda por lá. A cultura pop americana, que no estereótipo clássico se preocupou sempre mais com peitos, foi invadida por traseiros: Nicki Minaj com o vídeo da música "Anaconda"; a parceria de Jennifer Lopez com a loira australiana de nádegas avantajadas Iggy Azalea no vídeo de "Booty"; Kim Kardashian quebrando a internet na capa da revista Paper. A revista Vogue americana afirmou em setembro que esta é oficialmente a "era da bunda grande". 

O sociólogo Arthur Bueno explica que, por muito tempo, a bunda foi vinculada antes de tudo à população negra nos Estados Unidos. "Por isso, talvez, diferentemente do Brasil, ela não tenha sido alçada a símbolo nacional ou adotada como alvo principal do desejo masculino", diz. "Nos Estados Unidos, só recentemente a bunda passou a adquirir uma presença mais significativa nos discursos hegemônicos sobre a vida sexual."

Essa, digamos, tendência não chegou de uma hora para outra na cultura americana (Jennifer Lopez, por exemplo, já está na ativa desde o fim da década de 90), mas só recentemente ganhou potência nacional, com o sucesso de cantoras como Beyoncè e Rihanna e também de desconhecidas como Jen Selter, a musa das selfies de bunda, que tem mais de 5 milhões de seguidores no Instagram. Tudo isso intensificou um debate sobre se essa tendência é parte de um empoderamento das mulheres ou se não passa de mera objetificação.

Embora a própria Kim Kardashian tenha dito que se sentiu empoderada ao fazer sua foto, a afirmação é polêmica. "Se a glorificação do bumbum em algum momento parecia vir de um lugar de poder, pois protestava contra padrões corporais impossíveis para as mulheres, agora parece o oposto", afirma a jornalista americana Sophie Gilbert no site da revista Atlantic. "Embora ninguém ainda tenha inventado uma maneira de remover o bumbum da mulher e torná-lo sua própria entidade desumanizada, muitos têm tentado." Para Mirian Goldenberg, não há novidade no sucesso de Kardashian. "Ela procura um sinal de distinção, precisa se diferenciar", afirma. "Aqui no Brasil quantas mulheres não fizeram sucesso por causa da bunda? É um fenômeno de cerca de vinte anos já."

Para fechar a temporada de bundas, outra cena de seriado, esta da televisão americana, se alastrou pela internet no começo de 2015: uma cena de beijo grego, o sexo oral anal, na série Girls. O personagem Desi, interpretado por Ebon Moss-Bachrach, colocou a cara e a língua entre as nádegas de Marnie, interpretada por Allison Williams. A cena causou polêmica nos EUA e abriu caminho para uma discussão maior sobre a liberdade sexual, a do ânus. 

Mas esse é outro símbolo, com outras discussões e significados — embora, como também é a bunda, com suas implicações estéticas e políticas.

Lurdez da Luz e Karol Conká no Trip TV

Dan Stulbach no Trip TV: ''A Globo é a Arca de Noé''

Henrique Fogaça, Sharon Azulay, calistenia e o ensaio da Trip Girl Ariane Monticeli no Trip TV #34

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No Trip TV desta semana mostramos a conversa franca com o apresentador do programa Masterchef, da Band, Henrique Fogaça no Trip FM. Um dos mais badalados e comentados chefs de cozinha do momento, ele fala do hype da profissão e das dificuldades de comandar o programa: "Eu não faço personagem, não sou ator de novela".

Também nesta edição, fomos até até a sede da BlueMan, uma das maiores e mais representativas marcas de moda praia do país, para conversar com a diretora criativa da companhia, Sharon Azulay. Herdeira do fundador da empresa, David Azulay, Sharon conta como foi superar a morte do pai, fala sobre as origens da marca, que inventou o hoje mundialmente famoso biquíni de lacinho, e revela como foi emagrecer mais de 50 quilos.

E ainda nesse programa: direto do topo da Europa, o repórter especial Luís Roberto Formiga te leva para uma sessão épica de snowboard. Você vai conhecer a Calistenia, prática esportiva que mistura exercícios na barra com abdominais e flexões para tonificar o corpo.

E um ensaio sensual com a ex-aeromoça e atual recordista brasileira de triatlon Ironman, Ariane Monticelli.

Trip TV passa toda semana na madruga de quinta para sexta na Band, com reprises às terças na mesma faixa de horário da semana seguinte. Logo após a exibição na TV o programa completo é liberado aqui no site e em nosso YouTube. Inscreva-se para receber todas as novidades.

Calistenia: musculação sem carga extra além do peso do corpo

Henrique Fogaça: Um dos mais badalados e comentados chefs de cozinha do momento


Luís Roberto Formiga curte um snowboard no topo da Europa

Um papo com a nutricionista Sophie Deram que alerta: ''Não faça dieta''

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Sophie Dream, nutricionista

Sophie Deram é a nossa convidada da semana no Trip FM

A obesidade já é considerada uma epidemia global, e um dos principais problemas de saúde pública do mundo, mas a entrevistada do Trip FM dessa semana pede: "Não faça dieta!". Como assim?!

Sophie Deram é uma francesa radicada no Brasil, nutricionista, e autora do livro "O Peso das Dietas " lançado pela Editora Sensus em novembro do ano passado. No papo ela explica que o ''terrorismo nutricional'' pode levar aumentar a ansiedade e provocar o efeito oposto ao desejado das dietas.

Entre suas especializações, estão a obesidade infantil, transtornos alimentares e a neurociência do comportamento alimentar. Se você está interessado em sua saúde, alimentação e vida saudável, dê o play já!

Mário Bortolotto: ator, diretor, escritor e figura fundamental da revitalização da Praça Roosevelt

Martha Nowill conta como superou a ditadura da bunda

Um treino com Fernando Guimarães, técnico da seleção brasileira de vôlei sentado

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